Ao despertar, a Aurora cobria a Nudez
com as chamas que me faziam enxergar
a realidade das lendas. Ouvi
a tecelagem cancioneira das aranhas, e eis
que o indulto da miséria me permite
tirar dos olhos a venda
e a magia é plena.
Eu testemunhei a Aurora pingando dos seios
o orvalho brilhante que inebria
a adolescência da lucidez,
a Natureza é uma canção estoada
por todos os seres, o silêncio apenas
o sono da sensibilidade,
as pedras rumbam a magia eterna.
Ver-te Aurora é entender
na Sensualidade a curva
que desloca o sol
sobre a única nobreza humana:
o elo selvagem com o infinito
– o caminho do Éden
é pelo corpo amante