Leva-me para junto daquela que amo
Vê o pranto que derramo
De saudades do anjo meu;
Esta dor não passa
A Vida não tem mais graça
O meu Sol escureceu.
Dissipou-se a minh'Alegria
A nuvem da Melancolia
Margeia a minha estrada;
Oh!que agonia n'alma!
Nada me acalma
Se foi a minha fada.
Como é doloroso saber
Que não mais poderei ver
O seu delicado corpinho;
O meu peito triste chora
A minha princesinha foi embora
Deixou-me aqui sozinho.
Você era minha fortaleza
E com a sua pureza
Nada eu temia;
Ao seu lado estava no Céu
Do seus lábios o mel
Do Amor sempre sorvia.
Admirar o seu lindo sorriso
Era ver o próprio Paraíso
Um momento extasiante;
Ele repelia a Tristeza
Punha ainda mais beleza
No seu meigo semblante.
Seu amor era nas trevas um astro
Que das infelicidades apagava o rastro
Me indicava a direção;
Era brisa nas calmarias
Um "mar" de fantasias
Um abrigo no tufão.
No seu terno abraço me protegia
Como um menino me sentia
Na segurança de ventre materno;
Quando tudo estava escuro
Junto ao seu coração tão puro
Esquecia-me da Solidão do inverno*.
Mas agora desiludido caminho
A ausência do seu carinho
Lentamente me destroça;
Que se extinga logo esta Existência
Oh!Anjo negro tenha clemência!
De minha desventura não faça troça.
Pois sem você minha amada
Não tem sentido a caminhada
Sinto um vazio profundo;
Lágrimas amargas minha face estão a sulcar
Sou um precito a vagar
Alquebrado,como um espectro por esta mundo.
*Esquecia-me do inverno da Solidão.