Quero ser poeta

Eu quero ser poeta
para saber exprimir
o que sinto aqui no peito,
que me parece explodir.

Eu quero ser poeta
e dizer a todo mundo
que o amor nem sempre é a reta
que nos leva ao melhor mundo.

Eu quero ser poeta
para dizer a alguém
que não deveria brincar
com o sentir de ninguém.

Eu quero ser poeta
e saber cantar amores,
mas como não sou poeta
encolho-me com minhas dores.

Eliezer Lemos

NÃO POSSO MAIS FICAR

Eu andava tão só
Vagando por aí.
Você me apareceu,
Segurou em minha mão,
E mostrou-me os caminhos,
Indicando a direção
Que eu deveria seguir,
Pra conseguir ser feliz.

Você foi a luz
Que iluminou a estrada
Durante a escuridão,
E quando amanhecia,
Você era a alegria,
Quem me fazia sorrir.
Até que do nada
Você chegou
E me disse adeus
Então desapareceu
Deixando-me assim, aqui, tão só.
Deixando-me assim, aqui, tão só.

Onde você está?
Onde você foi parar?
Preciso de você aqui,
Sem você não posso mais ficar!

Areias do mar

Nossas mãos em concha
num gesto espontâneo
apanham areia da praia.

E nas mãos ela fica retida.

Mas integram nossas vidas.

Dependendo do estado de espírito
de quem as retém, muito dizem..
representam alegrias, tristezas, desilusões.
representam saudades… Mágoas, ressentimentos…
São elas o presente e o passado.

Não há quem nas areias da praia
vá buscar descanso, lazer e paz,
que não tenha uma história para contar.

E continuamos retendo os grãos da areia,
assim como tentamos segurar a felicidade
em algum lugar que não sabemos, mas buscamos.
E por mais que não queiramos,
das mãos, alguns grãos, começam a escapar.

E vão perdendo-se pelos dedos…
O mesmo acontece a toda hora
nas vidas de todos nós.

Atemorizados por inseguranças,
ciúmes, desconfianças e medos,
quase sempre,
afastamos ou secamos um amor
e acabamos sem ele,
olhando para o nada e sós.

De onde quer que esteja,
Vê!
E crê!

Nós dois deixamos a felicidade
escapar.
Assim como foram escapando
de nossas mãos,
pelos dedos,
os grãos de areia
que um dia sentamos na praia
apanhamos e não soubemos conservar…

Eliezer Lemos

Assim anda meu coração

Com minhas mãos
eu tento impedir que o vento
apague essa vela na minha vida,
A luz dela ilumina tão pouco,
sem ela eu fico no sufoco, na escuridão.
É assim que anda meu coração,
procurando lutar contra todos,
até contra mim mesmo,
pra vencer a solidão.
A cada ano eu saio queimado,
quantas marcas eu tenho nas minhas mãos,
vivo sendo jogado em qualquer canto,
tento não desanimar ou perder o encanto,
como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que deseja
estar ao lado de uma pessoa
vai chegar uma hora que não vou ter
aonde segurar.
Minhas mãos estarão livres,
já será dia e o sol vai iluminar minha vida.
Como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que responde
precisar de alguém que se esconde,
e se sentir perdido nessa ilusão.

Eliezer Lemos

Como as ondas do mar

Você foi a paixão…
Que esqueci de esquecer…
A lembrança mais triste…
O sorriso mais lindo…
Que alguém pode ter…
Você foi a primeira…
E a única vez…
Que o meu coração…
Se entregou sem receio…
E sem timidez…
Eu me dei pra você de presente…
E você por uns tempos me quis…
E eu posso dizer francamente…
Com você é que eu fui mais feliz…
Se eu fosse você, eu voltava…
Não se deixa um amor lindo assim…
Se eu fosse você meu amor…
Como alguém já falou…
Eu voltava pra mim…
Tudo vem, tudo vai…
Como as ondas do mar…
Com você aprendi…
Que o que dá pra sorrir…
Também dá pra chorar…
Um amor verdadeiro…
Ninguém pode esquecer…
E por mais que se acabe…
E se afaste do peito…
Ele volta a nascer…

Eliezer Lemos

A dor da solidão

Ouço barulho de chuva, mas não chove,
a manhã surge impenetrável,
uma pequena luz escorre como uma solitária lagrima,
uma luz grisalha, lívida e impenetrável.

A dor da solidão é como um pássaro solitário,
abandonado ao ermo,
uma expressão do silêncio,
com um olhar vago sem nada ver.
Está pousado num pequeno penhasco junto ao mar,
as águas sobem às vezes até a sua solidão,
molham-lhe as penas que parecem revoltadas com a sua impassível mudez.

Não há nada que o assuste ou inquiete;
fica parado diante das ondas que a cada instante crescem,
mesmo assim mal agitam suas asas…
Ou quem as agitas e apenas os ventos que correm ao redor.

A dor da saudade é como um náufrago numa pequena ilha;
imerso numa solidão eterna,
maltrapilho, sedento e faminto;
perdeu sua memória e esperança,
apenas vive a cada dia enquanto não chega o seu fim.

A dor da saudade tritura um coração aos pouco,
devagar doendo sempre.

O cérebro vira um simples miolo disforme,
deixando o ser insano;
seus pensamentos vagos, sem caminho ou direção.

Uma grande solidão no meio de uma multidão.

Há esta dor da saudade!

Quem ama sabe e a conhece;
pois quem verdadeiramente ama sofreu e sofrerá a dor da saudade,
e a nunca esquece.

Eliezer Lemos

RECADO

Aquela linda lua brilhando lá no céu,
Fez-me lembrar de versos de um menestrel,
Deixando-me assim desta forma, inspirado,
Que fui obrigado a escrever este recado:
A distância existente entre a terra e a lua,
É do tamanho do amor e da saudade sua!

UM DIA (Letra de Música)

Você não me quis
Quando eu te quis um dia.
Você nem ligou
Quando pra ti eu sorria,
Quando quis te conquista,
Quando tentei te mostrar
O grande amor que por ti eu sentia.

Mas o tempo foi passando,
E o sentimento acabando.
Conheci um outro alguém,
Hoje eu me sinto tão bem
Como nunca me senti um dia.

Aí você reaparece
Fazendo mil declarações,
Dizendo que sente amor,
Mas o seu tempo passou.
Só tenho algo a dizer
Você vai me esquecer,
Assim como esqueci um dia.