Não é preciso que eu esteja por perto para que me ames, sinta somente a minha presença. Quando estiver só, liberta os teus pensamentos, deixe que ele vá a tua procura, para então poder te pegar levemente e sem que você sinta, te levar até mim. Com certeza ele me encontrará então você sentirá um forte calor te envolver, todo seu corpo tremer, não estranhe e nem fique á procurar em vão o que está lhe causando isto, apenas feche teus olhos suavemente, e sentirás que a minha presença passeia levemente pelo seu corpo. Com certeza você sentirá um arrepio, mas não diga nada neste momento, cale-se somente, apenas chame pelo meu nome, murmure, transforme as tuas palavras em um só gemido, deixe que a minha presença invada teu corpo. Derrepente um molhado irá escorrer em teu seio, irá enlouquecer-te de prazer, você verá que parece tão real, toda vez que chamar pelo meu nome. Como gotas de suor, nossos corpos consumindo pouco a pouco, até que não mais existimos, lembre-se são apenas os teus pensamentos, minha presença arrebentando as correntes dos nossos desejos. Uma excitação irá bater no fundo, não procures por mim, serei apenas o bater revoado das aves dispersas em um oceano, tão profundo e abstrato como um sonho. Não estenda os teus braços, não irá me alcançar, sinta somente a minha presença, pois ela vem para te mostrar que não existe distância quando se ama ela vem para te mostrar que não existe solidão, que nem sempre é preciso o meu corpo tocar, quando a saudade chegar, apenas chame pelo meu nome. Liberte agora os teus pensamentos, deixe as vozes sedentas dos teus beijos, sussurrar aos ouvidos do tempo. Chame por mim, talvez não vá ao teu encontro, mas você trará para si a minha presença, não pare para pensar o que está fazendo, se entregue totalmente por este momento, se acaso perderes de vista a imagem do homem que amas, não te transformem em lamento, apenas chame pelo meu nome. Não chore, não grite não te desespere ao sentir a minha presença, se acaso me perderes, apenas chame pelo meu nome.
*** Carta á uma mulher desesperada a procura de seu grande amor. ***
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Setembro de 1989, no dia 08.