Minha terra querida

Eu não te esqueço por nada
Rio Grande do chimarrão
Das noites enluaradas
Rio Grande da prenda linda
Com vestido rodeado de fita
Rio Grande das bailantas
Do Vanerão, da chamarrita
Rio Grande da carne gorda
Assando ao fogo de chão
Rio Grande do sapateado
Da chula, da dança do facão
Rio Grande das envernadas
Dos bois na sombra do capão
Das manhãs brancas de geada
Do velho aperto de mão
Rio Grande do Sul,
Minha terra, meu chão
Lá o céu é mais azul
Se cultua a tradição
Meu estado missioneiro
Tradição que hoje se expande
Está no Brasil inteiro
Os pedaços do Rio Grande
Minha querência amada
Terra do amor, respeito e educação
Apesar de estar distante
Te trago no coração.

Este poema é uma homenagem ao meu querido estado do
Rio Grande do Sul, terra que amo tanto.

Montes Claros, amo-te muito, mas …

Por estes dias estive pensando como é bom morar na cidade de Montes Claros, cidade que acolheu a minha família e se transformou em minha casa, sendo um saboroso bojo dos acontecimentos de minha vida. Perguntei como é não morar nesta gostosa cidade. Não dizer isto é ser insensível com as dádivas que Deus permitiu e concedeu a este município, suas características, seus habitantes, visitantes, comércios etc.

Por aqui existiu e ainda existem diversos personagens marcantes, que não poderiam ser esquecidos nas páginas da vida desta antiga vila. Em minha idade de trinta e poucos anos, li que nasceram e viveram por aqui grandes cidadãos de pomposa lisura; bons jornalistas, políticos, justos comerciantes e com certeza incontáveis pais de famílias.

Um grande entroncamento não só de vias de acesso, esta cidade ofereceu ao País bons políticos e assessores, altivos homens cultos e nobres Bispos e Sacerdotes, esta parte geográfica do Norte de Minas é bem respeitada e reconhecida neste Brasil de brasas.

Amo-te muito minha cidade, mesmo não tendo eu nascido aqui, foste tu que me acolhestes e ainda é local que recebe meu labor e meu descanso. Mas sinto que alguém te odeia, não se importa com os maus elementos que querem te destruir, existem por aqui muitos falsos religiosos que te aviltam, roubam-lhe dinheiro que não se tributa; fazem transportes financeiros daqui para fora e não investem em ti, fazem promessas aos teus filhos dizendo que terão uma vida mais fina, mas somente os enganam.

Existem ainda aqueles inúmeros frios passageiros que não estabelecem nada por aqui e não te enriquece com qualquer palavra, costume ou rito; que não te olha, não compartilha e te não sorri. Voam rápidos correndo de ti e não te elogia.

Amo-te minha cidade, mas choro quando vejo a morte, desumanização, homossexualidade e a prostituição em suas ruas.

SONHO AO SOL

Sonho aqui não se sonha,
medo de queimar-se ao sol que escalda
a água embarrada no retalhado açude
Sonho aqui não se sonha sem o dito do senhor do sertão
soberano de olho arregalado e cripitante
que confunde a cabeça dorida e a vista truvilusca

Sonho aqui não se sonha
pois a cabeça se ocupa com o peso do pote d'água
sempre vazio,
acima da rudia de molambo

Sonho aqui não se sonha
e o coração angustiado – brejeiro – se esconde entre a roupa
escarnecida (única) e a caixa torácica
latanhada pelas dores
que varam as fronteiras do infinito caatingueiro

Sonho aqui não se sonha – quão pouco,
que cabe no chapéu de couro
empunhado na cabeça linhavada pelas cinzas do tempo
Sonho do chapéu devoto que busca no ar,
incontinenti, alevantado pela mão vincada
a perenal misericórdia divina

Sonho aqui não se sonha,
a realidade – pó da Paullinia cupana, mantém o sertanejo acordado
(sempre)

SONETO DA ESPERANÇA

Filho, é certo que Deus algum dia
A bonança trará pra este torrão,
E do rachado e cálido sertão
As bênçãos virão por nossa porfia.

Teu desejo, pai, há de ser verdade
De vida o sertão todo ornamentado,
Milho pelo roçado esparramado;
Mesa referta – assaz felicidade.

…E se a chuva bendita cai em torrente
E no tostado chão molha a semente,
Cheia de viço ela alfim germinará.

Então, meu pai, o sertão dará fartura,
Vai matar a lazeira e a tristura –
Desabrido por fim florescerá.

MORENA MINHA BELÉM

MORENA MINHA;
CIDADE QUE DEUS ESCOLHEU;
PRA MIM, MAS TAMBÉM, PROS MEUS;

ÍNDIOS, PADRES, CACIQUES E PLEBEUS;
JÁ SE FORAM MUITAS RIQUEZAS!…
DOS BOSQUES TEUS!
DA FLORA E FAUNA!
MEDICINAS ATÉ ATEUS;

CACHIMBOS DE BARRO E TAQUARA;
IMAGINÁRIO DE CAIPORA;
BOTO-HOMEM! PORAQUÊ-ÍNDIO!
VELHA MATIMTIM;
O PAVOR DA RASGA-MORTALHA!
CABOCLOS DISCONJURAM E MENINOS
ENROLANDO AS REDES SE AGASALHAM!

AFLUEM-TE MARES, RIOS, OCEANO E BAIA,
TUAS PRAÇAS; TEATROS E MONUMENTOS;
HISTÓRIAS QUE CAMINHARAM
NAS COSTAS DOS BONS JUMENTOS;
TRAZENDO PARA OS TEUS MOSTEIROS;
DOS PADRES A VIGOR; DA FÉ O MANTIMENTO.

DA PLANTA DA MANDIOCA;
DOS ROÇADOS AOS POÇOS DOS TEUS CORREGOS;
DA FORÇA DO TIPITÍ; DO FORNO A FARINHA;
O PEIXE ASSADO; O XIBÉ E O AÇAÍ.

OUÇO AINDA OS CANTARES,
AGORA QUASE TRISTE, POR POUCAS MATAS
E MUITA FUMAÇA! JÁ SE XAMUSCAM AS GARÇAS!
JÁ NÃO SE ACHA A JURUTÍ!
JÁ CHORA CANTO UIRAPURU;
JÁ ERAM AS ONÇAS, AS PACAS E OS TATUS!

A MODERNIDADE MAIS NOVA TE DEIXOU?
OU TE MATA AS MATAS? HOMENS SEM INSTINTOS!
MAS, SEMPRE SERÁ MINHA MORENA.

NÃO TE QUERO POR FÉ;
TE AMO POR NATUREZA;
DA REGIÃO NORTE DO BRASIL;
RUAS DE GENTES, MANGUEIRAS EM TUAS LADEIRAS;
NO HORIZONTE BELO AO MAR ABERTO;
PRA O MUNDO TUA NOBREZA;
DESTINAM-TE AO RUMO CERTO?

IDA A PONTA DE PEDRAS NA ILHA DE MARAJÓ

Alegria no porto espera os praianos que vem pra cá.
Amigos que há um longo tempo não se viam; abraçam-se a chorar.
Até filhos buscam futuro; Trabalham e estudam na capitár;
Cultura do arquipélago em Ponta de Pedras no Marajó.
Atendendo ao convite de meus irmãos; Saudades venho matar.
Abismo-me ao chegar; é lindo este lugar!
Veículos, mototaxistas e gentes mãos a se dá.

Na madrugada, sem tropel, no silêncio, A praça, A Igreja, Os mercados
A “voz” da floresta alta; grilos a estridular;
De taipa o primeiro e antigo casarão;
Eleva nossa memória à história do patrimônio desta região.
Aqui o céu pousa no coração com veranistas vem de Belém;
Turismo pro nosso verão.

Na manhã; ribeiros, nas canoas com suas redes,
Matapis, espinhéis e períodos a respeitar;
Pra ter sempre em suas mesas produtos da floresta e frutos do nosso mar.
O povo, os barcos, o lindo trapiche, casais faceiros a namorar;
Morena de lindos cabelos longos as águas apreciar.

Na volta…
…Malato na madrugada pro povo a retornar;
Nos punhos as cordas e os ganchos; sonidos a buzinar;
Aperta o coração; mãos com saudades açacalar.
Espumas e maresias; até parece embriagada esta gigante baia;
Luzes intermitentes no vasto alto e no paenes horizonte; mercantes a orientar;
O nascente rasga a floresta; reflete no manso-gigante mar;
O astro-rei traz energia pra um dia poder voltar.

Já avisto os canhões; as duas, e, quatro torres; Mangueiras a beira-mar;
O barco a atracar; de gratidão vibram os corações;
Todos são devotos a Deus;
Que nos fez ir; Vir e chegar;

Bandeira um pra minha casa;
Tenho amores a me esperar;
Minha esposa e meus filhos;
Correndo vem me abraçar…

FORTALEZA, UM CENÁRIO FASCINANTE!

Cidade-Luz que cativou-me simplesmente
Por seus encantos, sua receptividade
Pela magia e exuberância de suas praias
Sua vibração, seu humor, sua história
E a simpatia colossal de sua gente!

Seus verdes mares, céu azul, verão constante
Sua cultura, suas rendas, sua arte
A carnaúba, a onda mansa a crepitar
A jangada colorida a deslizar
Nossa Senhora da Assunção a abençoar!

Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel
Cuja presença em seu seio é marcante
Silenciosa, muito deve se orgulhar
Em compor esse cenário fascinante!

Fortaleza, obra-prima esculpida
Pelas hábeis mãos da sábia natureza
Que permite ao sol mais tempo iluminá-la
Deixa a brisa incessante acariciá-la
E a reveste de original beleza!

CANÇÃO DA MINHA TERRA

Minha terra é portadora de encantos
Encantos esses que eu não encontro cá
Até mesmo o passaredo que aqui canta
Jamais cantará como o de lá!

Minha terra tem beleza exuberante
Profusão de atrativos naturais
É a terra de Heleno de Freitas
Orgulho do estado de Minas Gerais!

Minha terra é a Cidade da Moda
Das colinas com igrejas e capelas
Sua gente é muito mais hospitaleira
Suas paisagens certamente são mais belas!

Minha terra tem o melhor carnaval
Uma festa que arrasta multidões
Com o tradicional Bloco do Barril
Que conduz ao delírio os foliões!

No mês de maio está novamente em festa
Comemorando alegre o seu aniversário
Com as bênçãos de seu santo padroeiro
Sob o repique dos sinos no campanário!

Minha terra, hei de cantar seus encantos
Enaltecê-la com emoção em verso e prosa
Minha querida São João Nepomuceno
Eternamente a minha Cidade Garbosa!

Por tudo isso, não permita Deus que eu morra
Sem que possa um dia voltar para lá
Sem que aviste aquela terra de encantos
Encantos esses que eu não encontro cá!