A Maricota é uma minera arrelienta
que não aguenta disaforo de ninguém
por qualqué coisa a cabeça dela esquenta
fica quereno dá pancada em alguém.
Outro dia a Maricota ficô braba
tava dançano e pisei no seu dedão
já me chamô de xarope de goiaba
e me acertô um certero pescoção.
Minha zoreia ficô ardeno e tinino
na minha frente enxergava tudo preto
minhas pernas bambiô eu fui caino
na posição chata de catá graveto.
A Maricota esburrachô de dá risada
quando me viu ficá naquela posiçao
veio disposta me deu outra borduada
deu um cascudo e me jogou no chão.
Eu levantei com uma vergonha danada
uma vontade disgranhenta de fugi
a Maricota me deu outra borduada
eu levantava dispois tornava a caí.
Teve uma hora que levantei resolvido
de acabá com aquela confusão
a Maricota me acertô o pé do ovido
que saí correno na base do trupicão.
Fui obrigado a gritá e pedi ajuda
a Maricota tava quase me matano
eu nunca vi uma minera tão forçuda
me deu uma tunda e dispois saiu cantano.
Não deu nem pro chero, molenga de minero
só não te bato mais por que é um molengão
se quisé dançá comigo vai aprendê primero
e nunca mais vai pisá no meu dedão.
o cabôclo poéta do Nhô Noraldino: