Humano, demasiado humano…

Quando falo,
no calvário do ser humano.

Quando grito,
no agito do coração humano.

Quando calo,
diante do abalo humano.

Quando fito,
no olhar perdido humano.

Se ouvires,
o lamento humano,

Se consolares,
a dor do humano,

Se perceberes,
o tormento humano,

Se sentires,
o calor humano…

Talvez ecoe uma voz
no profundo deserto humano,

Talvez brote uma foz
no oásis de esperança humano,

Talvez germine uma semente
no fecundo solo humano,

Talvez cultive uma vertente
no espírito de bem-aventurança humano…

AjAraújo, inspirado no livro homônimo de Nietzsche, Inverno de 2005.

Será um sonho?

Nesses dias de guerra
De canhões a desfilar
De fardas a perfilar
Afrontando a terra

Nesses dias de ódio
De bombas a exterminar
De “Mirages a bombardear”
De marihuana,, cocaína e ópio

Nesses dias de sangue
De crianças cercadas nas praias
De gente inocente morrendo nas ruas
De catadores vivendo do mangue

Nesses dias, tenho sonhos.
Adormeço, esqueço, ouço estranho pranto
Eis que de repente, tamanho pois é o meu espanto
Pois, transitam flores feito balas sendo atiradas de canhões
Fardos de alimentos feito bombas sendo lançados de aviões
Bombas lança-perfume sendo pulverizadas contra a poluição
Mãos que se apertam, gestos de paz, emoção mais que a razão

Nesses dias, tenho sonhos.
Acordo. Será pesadelo, terror noturno, sonambulismo, que vida soturna…
As praias sem minas, com lindas meninas recebem barcos vietnamitas
Os ricos dividem seus bens materiais
Os iluminados difundem seus dons espirituais
O pão, o vinho, o peixe em todos os lares, a tolerância na fé, mesquitas

Terei sonhado?
Terás teu sonho sonhado o mesmo fato, da música, o mesmo fado?
Quisera fossem os sonhos, a própria realidade
Quisera fantasia fosse a paz, a liberdade
Quisera das tormentas se fizesse calmaria
Quisera dos campos brotasse o trigo, o pão na mesa de Maria
Quisera das fontes fluísse doce água, a banhar
Quisera das mãos surgisse o abraço, o braço pronto a guiar
Quisera dos olhares divisasse a um só horizonte, a paz como primordial fator
Quisera das faces brotasse o sorriso que contagia, a iluminar pelo amor

E que após todos os sonhos desfeitos, a vida sem fantasia,
A doce realidade imperando, na unidade e na virtude
E um canto ecoasse, no Deus uno, a uma só melodia
O mesmo destino, a mesma via, no diverso do humano, solidário e humilde…

Sonhos de um jovem em sua lira dos 25 anos, confrontando-se com a cruel realidade das crianças nos pronto-socorros do RJ, perto de atingir um sonho, formar-se médico pediatra, escrito em 01/10/79.

Em meio à guerra…

Em meio a imagens em tempo real, de uma guerra insana,

Em meio a viagens pelo deserto do coração dos homens,

Em meio a carruagens modernas feito caravanas de fogo, avançam exércitos na velha Mesopotâmia,

Em meio a vantagens tecnológicas, a guerra torna os meninos soldados em feras, de um valor humano que se castra, que se abomina,

Em meio a gritos que já não ecoam, sussurros de vidas que vão lentamente se apagando, sem pena,

Em meio a ritos que já não se respeitam, templos, igrejas, mesquitas caem, na guerra profana,

Em meio às pobres savanas da África ao negro ouro do oriente, na cobiça humana um ato de infâmia,

Em meio a morte anunciada, de raças dizimadas pelo ódio e intolerância, em hora marcada, perde-se a agenda da humanidade…

Em meio a este triste descortinar do 3o. milênio, um novo Reich se anuncia em nome de um Deus,

Em meio a uma nova Guerra das Luzes, duzentos anos depois, juntam-se Estado e Religião na escalada de dominação que avança célere sobre o mundo,

Em meio a tanta dor, surge a esperança, protestos, movimentos de contra-reação ungidos de uma postura libertária,

Em meio a um fervor religioso, tradições, rituais, culturas massacradas pela imposição de modelos globais que julgam-se donos da verdade, "do que é melhor para o mundo", inaugurando novas formas de colonialismo,

Em meio a tantas incertezas, é preciso renovar a crença no humano como valor, ainda que na sua finita singularidade, a perspectiva de projeção de um futuro para as (ameaçadas) gerações repousa nos pilares da diversidade, pluralidade e solidariedade entre os homens.

Triste cena na Palestina, crianças ao invés de brinquedos portam armas, AjAraújo em Março, 2003.

Voar, volar, volare . . .

Vem voar nesta imensidão azul…
se aventurar, guiada por este vento sul
mergulhar, levitar no horizonte
divisar a luz do farol distante

Vem voar junto aos pássaros-guias
no longo caminho interior, escolhe as vias
no desabrochar da flor da espiritualidade
deixe-se tocar pela harmonia da felicidade…

AjAraújo, em homenagem ao belo livro "Fernão Capelo Gaivota" de Richard Bach, com bela trilha sonora de Neil Diamond no filme homônimo, escrito no Inverno, 2002 .

Viver

Viver!
A vida existe até nos minúsculos vírus,
A vida existe, mas nem sempre é vivida.
E como viver?
Haveria um jeito glorioso de passar
pela terra ao encontro dos céus?

Viver!
Muitas dúvidas tenho sobre a vida.
Que toda minha vida vivo a
Sonhar em descobrir porque a vida,
porque nascer e depois morrer.

Viver!
Viver sim, os mínimos atos.
Não rejeitar uma flor, quanto mais um broto.
Se vives, tens que nascer para o dia que amanhece
e morrer na noite que se inicia.

Viver!
Viver os minutos, os segundos.
A hora é grande e angustia
O dia é sempre o presente
E nunca o momento.

Viver.
Mas nunca só.
As pessoas não nasceram para serem sós.
Ate o sol se acompanha de planetas.

Viver.
Ter entusiasmo pela vida.
Andar, percorrer o mundo
Conhecer as pessoas – levar teu canto e ouvir seus cantos.

AjAraújo, o poeta humanista.

Luzimagemoção

luzimagemoção

Sem luz ou sombra foto não, não há!

Sem a sensualidade o nu belo não! ah!!

Os vãos entre pele e renda exibição há

Uma boca desesperada por degustação! ah!!!

O laço, o abraço no terraço, o cansaço há

O beber, o comer, o lamber, o tremer ah!

A luz mais luz reluz e conduz, sem luz há

O pequeno, o grande, o super, o infinito ah!

Imagem, coragem, vassalagem, voltagem há

A roupa, o corpo, a pele, o semi e nu, o sensual ah!

Olhos, olheiros, olhadas, olheiras, viseiras há

Máquina traquina, de rapina, direta ou de empina há

Homem, mulher, criança, gente, curiosos e artista há

Inspiração e dom de fotógrafo? Ah! se eu tivesse aí!

( Ademar Oliveira de Lima)

Em busca de mim

Me procurei em uma flor.
Más lá havia ferfume o suficiente para que la eu não coubesse
me procurei entao em meio a uma tempestade más me senti assustada e tremula de frio
ainda tentei me encontrar no brilho de uma estrela,mas esta se fez cadente e de la de cima eu cai
Quando finalmente desisti da busca de um lugar só meu onde eu pudesse encontrar o refugio que eu sempre busquei onde nada nem ninguem pudesse me oprimir
Por acaso eu acabei encontrando este lugar magico,cheio de fantasias,desejos,vontades que me fez ser uma mulher mais serena calma e passiente,é engraçado mas este lugar esteve tão perto de mim o tempo todo.quanto pavor eu tinha de não encontralo.
Mas por fim eu encontrei bem la dentro de mim num lugar maravilhoso e muitas vezes pouco esplora "meu coração"

A paz

Estar em paz
só é possivel para quem é capaz…
…de se sentir bem consigo mesmo
para quem não vive a esmo

Não procure a paz
pois é você quem a faz
com respeito e caridade
a paz acontece com naturalidade

Tudo que fizer
faço com amor
respeite tudo, respeite todos
Sejá quem for

A paz…
não se compra nem se vende
a paz…
encontra-se no âmago da gente