Mancharam meu céu,
com palavras tolas
subornaram meus anjos,
em troco do nada.
Nas auroras do meu cerrado,
esconderam meu sol,
com uma concha de concreto
voltada para o chão.
Prometidas auréolas de ouro,
que seguidas da primeira chuva,
logo se enferrujaram.
Apagaram minhas estrelas
e as jogaram no mar.
Mudaram as letras
e minha música não pude cantar.
Meu cruzeiro no céu,
não serviu de oriente,perderam o rumo.
As três Marias das seis horas da tarde,
conseguiram separar.
Não entra no céu quem tem mancha,
é preciso se banhar.
A casa está pronta,dispensaram os candangos
e a lápide de pedra,espera por um nome
que ninguém soube escrever.
Lá fora,se ergue a grande dama
vestida com o verde
cor da nossa mata,
amarelada de sol,
banhada de ouro.
Seu ventre é azul,
prateado de estrelas,
e seu sorriso branco
pede pela paz.
Autor… Jairo Matos