A queda

Não sei o que te fez rolar,
tola pedra.

Não sei porque caem no precipício,
todos os nulos desejos

Qual afasta
a terra da encosta,

Caminho coberto de poeira
das rochas, colisões nos olhos cegos

Espirros, tosse,
confusão na estrada de mão dupla.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em novembro de 1975.

Ventania

O vento…
Sem alento, que tormento.
Num momento, o que importa
Se transporta para bem longe
O desejo do teu beijo?
Esvazia a janela que existia,
Toda noite e a cada a espera
Quem me dera te amar
Sem parar na primavera.

O vento…
Que me entende, se arrepende.
Compreende que este amor.
Sem temor e sem fim,
É assim arrasador dentro de mim
Vai viajando, assoviando,
Sabe quando vai voltar, pra me dizer,
Que a razão de existir esta paixão
É você… Só você…
Luis Roggia 09/02/2010

O PROTESTO DO PAPAGAIO

JÁ NÃO VEJO MEU ESPELHO!
DO ALTO MEU DESESPERO!
ATÉ QUANDO SEREMOS
MOLEIROS, VERDADEIROS,
CURICAS, DIADEMAS;
PRA ESSE NOSSO DILEMA!

FICO DE PEITO E CARA ROXA;
DE BOCHEXA AZUL;
OPRIME-ME!
POR TUAS ARMADILHAS;
COM FALTA DE AR
DIGA-ME “TU”
MEUS GARBES CAMPEIROS
ONDE ANDARÃO?

CHARÃOS CHORAM!
NÃO MAIS CHUÁS!
NOS VERDES DA ESPERANÇA;
DAS REVOADAS SÓ AS LEMBRANÇAS!
DOS HOMENS QUE VEM MATANÇAS!
EMPOBRECE-ME TUA RIQUEZA
NÃO ME SERVE TUA HERANÇA!

SEM NINHOS! SEM PINTAINHOS!
SEM CALDAS, SEM ASAS GUIAS!
SEM ÁRVORES, SEM RAMOS,
GALHOS OU FLORES!
COCÁS DESSA TUA AVAREZA
DA MORTE ÉS “MAESTRIA”

ESPERO QUE ALGUM DIA ME ENSINE A FALAR
PARA AO MUNDO PODER PROTESTAR!!!
“A FAUNA LIVRE O HOMEM DEIXAR!!!”

falando da natureza

Nas estrela do céu ,
vejo um brilhar nos seus olhos
,nos seus olhos sinto a canção cantar no meu coracão
,
canção das estrelas,
composição da lua,
desejo do sol,
claria o mundo,

sempre lembrando de nos,
*olhando a natureza,
ouvindo as melodias dos passaros cantando,

olhando as boboletas passando ,
olhando a linda natureza,
que anoite ta chegando,
tudo Deus fez com muito amor e perfeito ,
para os filhos que ele ama tanto…

HOMENS QUASE NUS DA FLORESTA

NAS MENTES DOS ALÉNS
O TERROR DO TEMER!
O PÂNICO DO SABER!
A SOBERBA DO QUERER.
O RISCO DE CONHECER;
O MEDO DE MORRER!
A PUNJANCIA DE DOMINAR!
AVAREZA A SE PLANTAR
A CONQUISTA DE ANIQUILAR!

NAS SAVANAS
NÃO HÁ MAIS TRIBOS,
SÓ NEGROS CHORAM AS SAUDADES,
FILHOS SÓS PRO MUNDO SEM IDADE

NAS FLORESTAS SÓ
OS QUASE HOMENS NUS;
QUE AGORA SÃO
SEM TETOS VERDES
DÊS-FLORA INICIO
SEMPRE INQUIETAÇÃO
BRANCO E PRETO AGORA É O VERDE
COMBUSTÃO, BURACO;
DEVASTAÇÃO!

AVANÇO DA AVAREZA
ANIQUILANDO CORAÇÕES E AS VIDAS!

A ÁRVORE BENEVOLENTE

QUANDO JOVEM FUI SEMENTE
ADULTA BENEVOLENTE
FLORESTAS, FLORES, FRUTOS E SOBRAS
DEI EU A TODA GENTE

DE MUITOS PROLONGUEI A VIDA
REMÉDIOS DE MIM FIZERAM
PAJÉS, NAVEGANTES, CIENTISTAS, PADRES
E MUITOS POR MIM VIERAM

SEMPRE QUIS ESTÁ ONDE ESTIVE
MAS ALGUÉM DE MIM SE APOSSOU
DEVASTANTEMENTE
MINHA VIDA CANCELOU!

MEU CORPO FOI SERRADO
AOS CONTINENTES TRANSPORTADO
SERVI DE NOBREZA AOS TRONOS DOS REIS
E DE MÓVEIS FINOS AOS PALÁCIOS
DE MANJEDOURA AOS PLEBEUS
ATÉ DE CRUZES PRAQUELES
CUJO AMOR ESQUECEU

ATÉ HOJE ME QUASTIONO
POR ONDE ANDAM OS MEUS?
SE UM DIA ALGUÉM
DE OUTRA FORMA ME ENCONTRAR
SEJA BENEVOLENTE COMIGO
NÃO NEGUES QUE ME CONHECEU.