Flores vermelhas

Flores vermelhas

Como uma flor, no regaço
Pôs a bonina do amor
Se orlar o cheiro do laço.

Do meu olhar sedutor,
Ó volúpia da flor viva!
Como a Júlia do olor…

Que a doce nudez ativa…
Teus olhos são tão ardentes
Com que o coração conviva.

Teus cheiros são tão silentes,
Da bela Dama vermelha
O perfume dos presentes.

Entre os carinhos da ovelha
Sem medo e com emoção
Eis a alvorada bem velha.

Querida, sem comoção
Sente-se o corpo amoroso
A doce flor da fusão.

– O amor do cheiro bondoso.

Autor: Lucas Munhoz (Poeta rapaz) – 19/05/2012

O espelho do mar (Soneto)

O espelho do mar

Olha-me, pelo espelho… Os meus poderes!
Lembro-me, se cessar os teus fulgores;
Lembro-me, ao meu olhar dos ditadores
Ao luar poderoso, sem tolheres!…

D´água que chora o Deus, pelos colheres!
A lua primorosa, e os teus rigores
Dos ares perfumosos, pelas flores
Tens os entes perfeitos dos cozeres.

Quanto a ti, pelos sonhos desejáveis!
Lua, e os meus corações que me conheces
São os deuses amáveis e adoráveis.

Ao mar dos corações, pelo carinho!
Amo-te, agora foste o mar que teces…
Olho-te, pelo véu limpo, sozinho.

Autor: Lucas Munhoz (Poeta rapaz) – 17/04/2012

Lucas Munhoz (Poeta clássico)

A pimenta saborosa

A pimenta saborosa

Alimento-me, a chama dos meus gostos!
Coser – o bom sabor dos meus amores,
Tão forte e saboroso, sem desgostos.

De orlar o meu amor pelos ardores
Com forte coração, pela pimenta
Amo, que sorva a vaga dos calores.

Do que há de cozinhar, mas acalenta
Vendo-me fortemente, pelo peito
Adoro, pela ardência forte e lenta.

Até que se alimente todo o jeito!
Sem logro e com delícia do alimento,
Do sabor e talento, sem conceito.

Do sabor talentoso, sem tormento
Quente, até que deseje toda a cor
Pois o lado vermelho, com talento.

Sente, com os meus sabores do licor
Saboreie, os ardores que se lembra
O meu amor eterno e adorador.

Autor: Lucas Munhoz (Poeta rapaz) – 16/04/2012

Reflexo da natureza.

Não deixem que cortem o fio que me prende a vida…
Pois nessa agitação em nos encontramos,
Sou o descanso para o teu corpo,
Nas tuas noites de insônia,
Sou o sono que vem de mansinho…

Sou o horizonte para quem vê
A beleza para quem aprecia,
Estou na tela da TV
Estou na rima da poesia…

Dentre as infinitas coisas que ainda sou,
Confronto-me com algumas
Que contra vontade
Tenho de ser, tais como:

– Os elementos químicos usados em bombas de hidrogênio e nucleares;
– Nos mísseis, nas armas biotecnológicas das guerras e manifestações públicas;
– Nas armas poderosas, em mãos rápidas e firmes de crianças, adolescentes abandonados…

Sou enfim tantas coisas, que você, Homem, O sabe muito bem! Porém, já não mais me reconhece…
Devasta-me a cada instante; polui-me a cada segundo… Por essa e outras razões, tiro a vida de muitos…
Essas, que sem culpa, vão nos deixando…
Apesar de tudo, Sou Terra, Água e Ar,
Sou seu REFLEXO Homem!

Não deixem que cortem o fio que me prende a vida!

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Dia Frio

As nuvens negras que cobrem o céu…
A tarde fria que consomem as minhas horas…
A paz da ausência que incomoda…
A preguiça que agarra e não descola!
Lá fora a luz do dia está ofuscada, enquanto que dentro de casa um fogo tímido queima na lareira.
Os olhos se perdem na vastidão de uma alma presente; na ausência de quem se fora…
Um café quente aplaca a saudade, enquanto que da janela a ver á vida passar.
Tudo é tão distante e presente que dá vontade de chorar.

Celebrar a vida

Não há nada mais revigorante
Que acordar ao som de bem-ti-vis
olhar para o céu azul
E sentir o calor do sol em sua pele
Observar a natureza
E o quanto significam suas cores
O verde com toda a esperança
Que precisamos para seguir em frente
O azul calma e sabedoria
Para continuarmos no caminho
Ou trocarmos para a direção certa
E manter a mente aberta
O amarelo sem sombra de dúvidas
É a pura alegria
É a alegria de viver e celebrar a vida

Crepúsculo da vida

Eu sempre fui amigo dos estios,
dos longos dias claros e sadios,
da cigarra, do sol, que a vida encerra,
que alegra a luz e que fecunda a terra.

Mas estou hoje num estado d’alma,
tão de indolência e calma
e tão avesso às emoções bizarras,
que não quero saber de sol nem de cigarras…

Nada de força, de vigor, de músculos,
de desejos agudos,
nem dos desatinos
a que, às vezes, me atiro,
de alguma estranha fantasia nova;
hoje de alegrias e vigores domino
e escolho
à meia-tinta morna dos crepúsculos,
num macio carinho de veludos,
a plangência dos sinos,
num fim de tarde, quando a luz repousa,
ou então, qualquer cousa
como
n’alma de um violoncelo a surdina da trova.

Olho este fim de tarde e esta sombra que desce
e em tudo alonga e tece
a trama tênue de seu véu de luto…
A alma sentindo evocativa e boa,
emocionado, escuto
o saudoso rumor do dia que se extingue
e o dia azul que foi, apenas se distingue,
por um resto de luz que nas alturas sobra,
por um sino que dobra
ou uma asa que voa.

Hora triste de aspectos,
em que vive a emoção de umas longas distâncias,
feita para sentir as venturas e as ânsias
da saudade infeliz de uns extintos afetos.

E esta réstia de luz, clara, forte e sadia,
numa longa impressão de vigor e de assomo
suavemente
esquecida.

Neste trecho de céu em silêncio e ensombrado,
evocado
a ventura do dia,
é como
no agitado rumor de uma vida presente,
a saudade de um som evocando o passado,
a cadência de um verso a lembrar uma vida.

Eliezer Lemos

Contemplo

Eu sempre fui um grande observador,
de toda criação da natureza,
percebo a beleza e o perfume delicado de uma rosa
que nasceu fora de um jardim bem cuidado,
cintilando com o orvalho
numa clara madrugada;
quando o sol desponta por cima dos montes,
é um verdadeiro festim de beleza.

Festival de verdadeiro esplendor
no conjunto delicado de uma flor.
Acordo na alvorada, bem de madrugada,
e o ardor me embala a criar um poema de amor.

Sei que derivei da razão
que alimenta toda esta harmonia,
além de todo este visível conjunto estelar,
onde despertei na vibração
da completa alegria,
desvendando todos segredos
pelo simples pensar ou de um olhar.

Tudo era colorido,
como uma tarde de verão
retratando uma bela paisagem
mais belo que o mais lindo postal,
e vivi na singeleza
que encantava a tristeza de um mortal.

Em toda a minha vida vivi
à procura do saber.
E atualmente pouco sei depois que envelheci,
estou encarcerado no desejo de dizer
que o viver é uma busca infindável
de um passado, presente e futuro,
uma sempre espera
de encontrar a perfeição.
E o morrer é uma esperança
na promessa de uma nova vida
livre desta grande ilusão.

Eliezer Lemos