Não tem neve lá fora,
corações se gelam,
retraem os lábios,
braços se cruzam
se esquecem de abraçar.
A sombra da árvore de natal
cobre somente o canto da sala.
A estrela do oriente vaga sozinha
e ninguém a vê.
Vaga esmolando um pouco de amor.
A mesa está posta,se fartam os olhos,
sedas se rasgam,desfilam as mãos e
os pés se calçam do mais puro verniz.
E os reis magos já não são três,
são muitos,são menos.
Se vestem de uma realeza
comprada na esquina.
Orações não chegam aos céus,
mas o teto da sala de jantar,
é beijado pela doce espuma
de uma champanha gelada.
Tem gosto de maçã,
colhida em safras passadas.
Próximo a lareira,
um boneco de roupa vermelha
observa tudo e permanece calado.
Passarão as horas,vai amanhecer,
e a estrela do oriente
será encoberta pelo sol.
Mais uma vez passará o natal,
e o grito do parto,
permanecerá em silêncio.
Autor … Jairo Matos.
( Direitos reservados ao autor )