sorria sempree

Sorria quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorria quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorria quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorrir vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Quisera

Encontrar uma bela pérola,
na ostra poema quisera…

Há de ser sempre uma aurora,
ainda que pareça uma quimera

O perfume que emergir da flora,
na chama oscilante de uma vela

Na lágrima da face que cora e chora,
no sentido de um leme a nos levar de caravela.

De improviso, sem aviso, no grunhir das Orcas
No Farol, em pleno Atol das Rocas.

AjAraújo, 2008.

Por quem dobram os sinos…

Por a mesa, Por de sol,

E a lua prateada na bandeja, E as estrelas salpicando minha sopa, Vem o céu como toalha cristalina.

Por as mãos, Por Deus,

Na oração, nossa reza pra ceia,
no tosco pedaço de pão pra dividir, nos restos de peixe no prato, só espinhas,
Nossa flor, murcho botão.

Por, por toda a vida,

Abençoar,
O carisma e o afeto,
Este orvalho que ora molha o rosto,
É a cantiga de trabalhar,

Por, por todos, solidarizar-se,

Por todos os lares ver
Uma vela a iluminar
Uma criança a aconchegar
Uma mulher a te amar…

AjAraújo, o poeta humanista, escrito na Primavera, 1980

Logo irei Encontrar meu Amor

A manhã chegou!
Anunciando um novo dia
Propício como sempre
Para lembrar que existe você
E que vale a pena amar
Assim se faz meu coração
Por não enxergar escolheu você
Se pudesse ver não acreditaria
Na dádiva a qual o destino concedeu
Estou com a consciência adormecendo
Porém a lucidez do meu corpo
Reclama esta sua presença;
Lentamente me desperto
Ao tímido som da chuva no telhado
É domingo…
Bate mais forte o meu coração
Logo irei encontrar meu amor
Direi a ela que és tudo para mim;
A manhã chegou!
Para lembrar que existe você.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2009, no dia 01.
Village Itaquaquecetuba (SP)

Um lugar para ser feliz

A mim bastaria
Um recanto em pensamento
Pra viver em harmonia
Na placidez de um lago

A mim levaria
Em uma viagem d’alma, calmaria
A mergulhar nos portais adormecidos
Em tempos idos e vindos

A mim tornaria
A percorrer montanhas e florestas, toparia
Ouvindo os cânticos de pássaros silvestres
Cruzando vales e planícies terrestres

A mim elevaria
O espírito inquieto, assim contemplaria
Paradas nas estações celestiais
De minhas buscas incessantes

A mim chegaria
A luz além sol, quase cegaria
No ritmar de remos em nuvens abissais
Levitando nas elevações espirituais.

AjAraújo, o poeta humanista, Agosto de 2009.

Uma pequena história

Na varanda,
Ela, a linha pacientemente a agulha transpassar…
No riacho,
Ele, a linha pacientemente o anzol a penetrar…

Ela bordadeira, traça o seu bordado
Ele pescador, arrasta o seu pescado

Ela olha o tempo, da luz que se despede no poente,
Ele olha o espelho d’água, que reflete o horizonte.

Na varanda,
Ela, acende o pavio do candeeiro…

No riacho,
Ele, recolhe a pesca e descola do chão o traseiro…

Ela, guarda os panos e acende o fogareiro,
Ele, espanta as muriçocas e vai para casa, faceiro.

Na varanda,
Ela, respira a brisa fresca da noite, a esperar…

No riacho,
Ele, reverencia a beleza do crepúsculo, põe-se a caminhar…

Ela, prepara a ceia, sopa e pão, João
Ele, abraça Maria; deixa a pesca no chão e o amor irrompe no coração…

AjAraújo, o poeta humanista.