Imprimistes em mim Teu retardo, quando eu não passava de uma intacta tela branca.
Contempalava-me com anseio de Teus átrios, enquanto tecia-me à Tua imagem e semelhança.
Com ternura nos olhos, sorristes para mim, quando da escuridão surgiu minha silhueta.
Me chamastes de a mais bela do meu jardim, nascente fechada, noiva escolhida, geração eleita.
Na destreza de suas mãos, enlaçastes meus tendões com fascinantes nós.
E da orquestra celestial, escolhestes a melhor sinfonia para o som da minha voz.
Antes mesmo da criação do mundo, me amou e me conheceu.
Na intimidade, no mais profundo, nomeaste-me a menina dos olhos de Deus.
(Lorrayne Ribeiro)