Mãe…
Se ao…
Amar me permitisse
E o coração abrisse
Se ao…
Beijar me acalmasse
Ante o pranto cessasse…
Calares me silenciasse
Ante o outro que falasse
Doares me ensinasse
E a solidariedade despertasse…
Estudares me estimulasse
E o conhecimento transformasse
Falares me orientasse
Ante a palavra ecoasse…
Gostares me convidasse
Ante a dança vital bailasse
Harmonizares me tocasse
E a música acalentasse…
Irradiares me iluminasse
E a caminhada prosseguisse
Julgares me fizesse
Ante o grito da justiça clamasse…
Lembrares me sensibilizasse
Ante a chama da sabedoria inclinasse
Meditares me silenciasse
E a fé buscasse…
Notares me sentisse
Ante a dor enfrentasse
Ouvires me demonstrasse
E a acolhida estimulasse…
Pereceres me deixasse
E a semente continuasse
Quereres me desejasse
Ante a flor colhesse…
Recomeçares me estimulasse
Ante a chama vital renovar-se
Sofreres me inquietasse
E a dor do mundo enfrentasse…
Sorrires me mostrasse
Ante a emoção da vida expandisse
Tocares me permitisse
E o sentido de humanidade percebesse
Ungires me purificasse
E ao espírito de luz levasse
Verteres me irrigasse
Ante as lágrimas o amor transbordasse
Xingares me apontasse
Ante os dramas mundanos blasfemasse
Zelares me protegesse
Ante os infortúnios o desafio enfrentasse.
AjAraújo, homenagem à minha querida mãe, extensivo a todas as mães, 9/5/2001.