Auto-avaliação

Queria poder olhar pra mim mesmo
Com os olhos da verdade
Não ser suscetível a segundas avaliações
Seguir minhas vontades e opiniões
E não dar bola para os fanfarrões

Tudo que é pensado
Pode se tornar real, se for sentido
Não pela visão
Mas pela intenção do coração
Triste escrivão

A mente desgastada pelo excesso
O coração falho pelo sofrimento
A realidade da minha dor
Não a com quem desabafar

Nota de dó

O que ouço não me toca
Notas tristes em notas embebidas
E quando sorria
Percebia
Que a tristeza era a forma

Ouço de tudo
Mas o bom ouvinte sempre obedece
Os sons tristes das suas notas
Com sua voz de timbre
Parece que finge

Nas modeladas do ouvir
Na falsidade de cada toque
Nós fingimos que somos mais
Que a triste forma
Velha, morta e sem som

Psicose

Entre lábios me diz
Fingi ser feliz
Quando ri de longe
E esconde que odeia
E me rodeia com olhos

Quero seu sangue em minhas mãos
Por ser tão mesquinha
E dizer entre linhas
E fingir que eu não ouvi

Maldita distancia
Olho pra você
Mas o que consigo ver
É vontade de prever
A morte do seu ser

Calendario

Os dias são falsos
Assim como minha força de vontade
Verdadeira é a maldade
Dos nossos corações

Nos dias que são frios
É o que entrete
O coração frio e inerte da terra
Morta que me dilacera

Pra que ser tão divino
Pra que complicar o raciocínio
Se a razão é a que impera