Ópera Deprimente

Você me aparece uma imagem de mulher
Busco explicações
Há no mar algo que invoca você
No útero do oceano
Mas profundezas das águas salgadas e insanas
Há um tesouro comparável à tua alma
Você me descreve em aparências
Doces verticais de saudade
Quero lançar-la fora do alcance dos meus olhos
E devorá-la com meus pensamentos
Quero castigar o mais súbito do rei
E entregá-la aos teus pés
Quero me abominar com a ilusória imagem do teu rosto
E descrevê-la como os montes em ruínas absurdas
Descrever teus lábios como a fria lápide
Que despede palavras vidas e partidas
Subornar a retina, distorcer a visão
Descrever os teus lábios
É provar o cálice amargo que me enfarta
Da abstinência que injeta o veneno da saudade em minhas veias
É sugar todo licor de uma flor
O mar e seus segredos…
O verde das tuas pupilas desnorteia
As teias do teu coração são cabos que entrelaçam o meu destino
Tua imagem é utopia estúpida do autor
É decadência de usurpadores inconscientes
É terra bruta explorada pelos deuses da pintura
Descrever as investidas dos ventos
A ousadia dos assanhados dos teus cabelos
Eleva-me a tortura do acariciá-los
Confunde a tua juventude com a repugnância da minha experiência
E torna-me a existência dos mortais
Descrever teu sorriso é a intolerância de um discurso mudo
É a essência de uma ópera deprimente
É a pressa dos amantes que se atiram no precipício do prazer
Condena-me a perpetuidade da tua beleza
Compará-la ao mar e aos montes em ruínas
Deveras me faz louco em pensar
Que te possuir está além da minha onisciência.

(Pensamentos Complexos)

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Janeiro de 2011 no dia 07

O calendário

Noite fria e vazia,na calada da madrugada.solitária noite silenciosa, que transpassa o coração.congela lentamente, lembrança da firmeza do teu olhar.
Reflito:alma inquietante suspira, felicidade onde encontra-la.
lutar contra maré faz-se presente a verdade da realidade.
Caminho que se prossegue que, mas sentirei? além…Do aprofundar do ser? corpo adormece,ternamente estremece o querer do teu calor, entregue em fantasias.
Reforço e disfarço a dor, o recuar para dentro de si mesma
Perplexidade acumulada olhar fitado ao calendário
Data marcante de um passado explosivo, frieza estampada e crua
Quem dera poder reavê-lo como antes, contentamento do semblante!contentamento!

Título: Prisão

Veja o Tigre prostrado.
Deitado na jaula, imobilizado.

Com o pelo brilhando, bem alimentado.
Desempenhando o papel, ao qual foi designado.

Poucos tem alguma noção,
do que é viver nessa situação.

As barras tortas, de tanto serem forçadas,
há algum tempo vivem intactas.

Não há mais nenhuma reação.
Não há mais motivo, para sair da escuridão.

O Tigre estava cansado,
de lutar por algo, que estava no passado.

Estava completamente resignado,
como se observasse, o futuro resultado.

Nem sempre foi assim,
existia vida, um jardim.

No qual conhecera uma Rosa,
que fez a sua vida, tornar-se majestosa.

Uma história que já foi há muito contada.
Que agora, era tristemente lembrada.

No final, quando tudo deu errado,
o Tigre foi finalmente capturado.

Inicialmente debatia-se na ilusão,
de que escaparia, e reviveria esta emoção.

As barras foram várias vezes rompidas.
Deixando-lhe marcas profundas. Feridas.

Cada vez que era recapturado, sofria.
Aos poucos, a sua esperança se esvaía.

Quando fugiu pela última vez,
para encontrar a Rosa e a sua altivez.

Percebeu que não tinha mais lugar,
nem a sua Rosa para poder admirar.

A Rosa prosseguiu com a sua vida,
pedindo a ele, que não fosse seguida.

Com o coração completamentamente arrasado,
o Tigre não exibiu reação, ao ser recapturado.

Sem forças para lutar, sem motivação.
Aceitou o cativeiro. A sua prisão.

Só lhe restava aceitar este papel.
Descia em sua garganta, amargo como fel.

Mesmo sem forças e com tantas feridas,
se exibiria neste circo, chamado vida.

Fingindo, como um verdadeiro ator.
Sem mostrar que o mundo, lhe inflige tanta dor.

Ao se apresentar diariamente no picadeiro,
esquecia da dor, abandonava o verdadeiro.

Só no fim de cada noite, ao ser enjaulado,
lembrava e percebia, como tudo estava errado.

Dormia só e com frio na escuridão.
Procurava conforto nesta sua prisão.

Implorando para que chegasse logo o dia.
Para que fingisse e vivesse na hipocrisia.

Se concentrava em abrandar a dor.
Que sempre o atingia, com muito fervor.

Se tornou um verdadeiro artista.
Era visto como um guerreiro malabarista.

Estava aprendendo a viver fora do que acredita.
Apenas uma ilusão, se tornara a sua vida.

Quem observava o Tigre com tanta energia,
com força de vontade e muita alegria

Não enxergava a sua vida vazia.
Sem o seu amor, que por completo o preenchia.

Ao final de cada apresentação,
voltava cansado, sem motivação.

Se levantassem a cortina e observassem,
veriam uma completa e diferente imagem.

Lá se via o Tigre prostrado.
Deitado na jaula, imobilizado.

Com o pelo brilhando, bem alimentado.
Após desempenhar o papel, ao qual foi designado.

Poucos tinham alguma noção,
do que é viver nessa vida, nessa prisão.

Algo em comum

Algo nós temos em comum…
A paixão…
Paixão pelo tango,
Paixão pelo bandoneón,
Paixão inebriante,
Paixão…Paixão.
Somos atraídos pelos mesmo som,
pelo mesmo andar, por uma só interpretação!
Paixão, paixão!
Algo nós temos em comum…
Pensamentos intediantes e melancólicos…
Mas de um mesmo entendimento.
Porque somos assim: EM COMUM

Rio, 25/Jan/2011

Minha vida sem você

Minha amada, minha amada.
Aonde estás?
Meu mundo se esvaindo pelas suas mãos.
Minha mente se distorcendo, se confundindo.
Sem sentido, sem esperança, sem objetivo.
Minha vida fugiu quando você partiu.
Seu ultimo suspiro nos meus braços,
Apunhalou minha alma.
Nada agora mais importa,
Sem você do meu lado.
Sua face estonteante que agora está vazia.
Assim como minha vida sem você.

Improvisação

Improviso, escrevo direto…
Sem pensar em nada concreto…

Estou desnorteado, cansado…
Pensando em tudo o que está errado…

Minhas fraquezas, minhas tristezas…
Minhas alegrias, minhas franquezas…

Misturadas em conflito total…
Não sei mais o que é normal, real…

Certo, errado, discreto, complicado…
Pensamento jogado, sentimento renegado…

Não sei onde vou, não sei o que pensar…
Não sei onde estou, nem para onde caminhar…

Não sei simplesmente o que fazer…
Só quero que isso pare de doer…

Me sinto ingrato por tudo que recebi…
Mas não é o que eu queria, não quero estar aqui…

Improviso neste momento de solidão…
Escrevo direto, sem revisão…

Rezando para que as palavras me confortem…
Implorando para que elas se importem…

Tanta responsabilidade para carregar…
Como posso tudo isso aguentar ?

Com tantas dúvidas e incertezas…
Apenas uma coisa me vem com clareza…

Eu amo uma Rosa, o Tigre a ama de verdade…
Queria que ela me salvasse desta infelicidade…

Como ela poderia novamente acreditar nesta emoção…
…por alguém que até agora, só fez improvisação….

Luthien

Me sinto confuso com
O que sinto por dentro
Sobre o que sinto por ti
Por mim
Não sei direito

Não sei o que se passa
Comigo
Muito menos o que
Sinto
Sei que nada sei
Não minto
Estou caído no chão,
Ferido

Nada mais importa

Vejo minha honra
Definhar no escuro
Vejo minha “palavra”
Dizer absurdos
Minha mente me deixou
Cego e surdo
Meu orgulho,mudo

Meu mundo ruiu

Palavras não expressam
O que sinto agora
Esperando passar a hora
Num banco com um
Amigo de outrora

Não há mais chão onde pisar
Você o tirou de mim
Posso nem ao menos respirar
Você o tirou quando passou por mim

Você queria amizade,
Eu queria mais
Você me nega o corpo
Que vou ter jamais
Para você tanto faz

Me sinto mal nas noites
De domingo
Não sei se só acontece
Comigo
Choro quando sonho
Contigo
Não durmo

Choro com teu rosto
Angelical
Teus lábios doces como mel
Tua pele branca
Como neve
Teus olhos verdes me encantam

Tu me tens apenas
Como amigo
Não Vivo apenas com isso
Fica ao meu lado
Vêm comigo
Que não vai ficar desapontada

Quero-te mais que minha
Vida
És para mim,a pessoa mais
Querida
Minha amiga
Minha vida

Luthien,oh minha doce
Fada
Sem você por perto
Sou nada
Gosto de vê-la usar a
Espada
Mas,foi com uma
Flechada
Que me deixaste
Apaixonado

Luthien,oh minha
Querida flor
Peço-te por favor
Amacie esta dor
Que me fere com ardor
Que arde com amor
Em meu coração,
Que lentamente perde a cor

Preencha o vazio
Que sinto em mim
Aqueça-me,
Pois sinto frio
Ponha um fim
Na dor que me aflige
Por favor

Não posso tê-la
Mais que uma amiga
Isso acaba com
A minha vida
Lembro de ti quando
Sinto a leve brisa
Lembro do teu sorriso

Queria você só para
Mim
Que você me dissesse
Sim
Mas parece que esse é o
Fim