Casa minha

Todos os dias são iguais
Cabeça não ouve, coração sente
Mas sente em demasia, até estalar
de cansaço que é a vida.

Só pensar que tenho de pensar,
já sinto pássaros fugir e
esbarrar no obstáculo que
surge sem esperar, sem avisar.

Ai! Se tudo fosse mentira,
uma pura e profunda ilusão,
o obstáculo desapareceria
como quem grita, Ladrão!

Morar aqui é não saber morar,
pois só cá mora quem morra,
nunca só, nunca sem mar
a quem olhar e se afundar
na imensidão da sua espuma
branca como a ilusão da minha alma.

Maria de Deus, 2011

POR ONDE ANDAM MEUS SONHOS

Talves escondido em algum lugar do passado. Mas onde?
Adoraria me lembrar em que momento da vida eu me perdi.
Como e onde deixei de ser o "Menino moleque levado da vida"?
Tenho tamtas lembranças, porém, em que tempo me perdi?
Já tive inumeros amores, adormeci em varios colos e entreguei meu coração por varias vezes.
Lembro me que quando era garoto tinha um sorriso tão facil, uma aleria contagiante e alguns sonhos que me pareciam engenoamente simples.
Hoje com o passar dos anos meu sorriso já não flui tão facilmente e a contagiante alegria que sentia ficou apenas estampada nas fotos corridas pelo tempo.
TEMPO ESSE QUE PASSOU E EU NÃO ME DEI CONTA.

Baile dos lamentos

(BAILE DOS LAMENTOS)

Lamentos caem sobre mim, chorosos, tristonhos.
Choram ao meu ouvido e murmuram canções de sofrimento.
Entorpecem meus olhos de tristezas, alguem aqui fracassou.
Lamentos, fantasmas, dançam a acariciam meu sofrimento, e eu danço, danço no ritmo dos lamentos.

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Um pouco mais de amor

(UM POUCO MAIS DE AMOR)

Ela estava caindo, ninguém estava la no fim para segura – la.
Ela estava com medo, com frio.
Ela caiu e nada a segurou, suas asas falharam, ela tentou, tentou voar, mas o amor a derrubou.
Ela caia, caia calada, não gritava por socorro, já se rendera para a dor.
O veneno mortal para este anjo foi apenas o amor, o amor que a deixou, o amor que a derrubou.
Quando atingiu o chão um sorriso em sua face ensanguentada de mágoas me assustou.
Ela sorria e ajoelhada vinha em minha direção, decadente, fúnebre, pobre criatura.
Suas forças se esgotaram, então sua face cedeu novamente ao chão.
Arrancou suas asas e as fez como cobertor.
Então abriu os braços e em um sorriso já desfigurado gritou.
Ela gritava, ela gritava e suplicava por um pouco mais de amor.
Um pouco mais de amor!
O amor que garantiria sua morte.
Apenas um pouco mais de amor.

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A loucura bate na porta

(A LOUCURA BATE NA PORTA)
A loucura bate desesperadamente na porta, esmurra, chora, mas não deixe ela entrar, feche as janelas de sua alma, feche os olhos e durma, não deseje acordar ao menos que seja forte á beirar a loucura.
Use seu corpo como camisa de forças, grite, grite mais alto! grite tão alto quanto sua alma.
Chore, chore até afogar sua mágoas, e durma de olhos inchados, não deseje acordar ao menos que seja forte, pois aqui agora é um pesadelo, um perfeito caos para as minhas palavras!
minhas palavras anestesiam sua dor?
minhas palavras podem anestesiar sua dor?
Tudo que meu ser pode oferecer está em você. basta procurar, pegue todo o seu fôlego e mergulhe em tão fundo rio de magoas, mas ache a cura antes de se afogar em próprias lagrimas, salgadas, acidas.

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fim de um ímpio desfigurado

perdoai essa pobre criatura,
que não possui o dom de amar;
esse ser infeliz que margeia a escória da sociedade.
a dor que perfurou um dia meu crânio
fizeste de mim um inútil,
um ímpio desvairado jogado diante de ti,
este herege que implora de ti piedade
perdoai este desfigurado que em passos lentos
caminha em frente até a beira do abismo
no qual jurou por ti se atirar
e cair eternamente pelo sofrimento de te-lo magoado
sou um inumano acardíaco merecedor da morte
e agora despeço-me de ti,
de meus desvaneios
cheguei enfim à orla do precipício
perdoai pelo meu último ato de insanidade
por finalmente concretizar a vinda do meu fim!