Nas correntezas desgovernadas do rio que desce a serra,
Jogo minha saudade amarga sob um chão frio de terra.
As pedras que encontro servem de assento
Onde espero e conto a chuva cair em destempero, em desalento.
Irá encher minha caixa d´água e também meus olhos lacrimejantes.
Os dois transbordarão juntos, e aguardarão o mesmo instante.
Quererem ver o rio determinado, seguindo seu curso vazio.
Alagando o limpo descampado, chegando forte, porém tardio.
Faça gotejar agora, faça brilhar o sol,
Faça romper a aurora no canto livre do rouxinol.
Já passou longe da hora, de meu peito se encher
E ficar repleto de você.