Sinto-me incapaz de soletrar
De soltar um verso, de suspirar suavemente!
Porque o grito que me vem de dentro é maior que a alma que sou…
Esta tranquilidade de ser-se escravo livre
De pintar um quadro sem linhas, nem tintas, nem conjecturas
Traçado com as cores que nos unem, a paleta feitas das almas destinadas!
Esta tranquilidade entrou em mim!
Esta música…de cordas de surdina,
De orquestras encerradas, de outros tempos, outros sons.
Instrumentos esquecidos, músicos tresloucados, desvanecidos,
Esta música feita também por nós…
…em segredo,
nas nossas melodias tristemente fermentadas,
tristes na ausência e no ciúme bravio,
próprio da nossa essência, do nosso calor comum!
No egoísmo de ter em mim,
Despida de modéstias…rasgando-me a pele que me aquece!
Amor quero-te agora,
Quero-te na Hora, no local onde estamos,
Consumidos por nós mesmos
Com ou sem ritmo,
Com ou sem música,
Balanceados no nosso próprio tremor
Perdidos na nossa ligação
De dentro para fora,
Ou de fora para dentro
Eu e tu…NÓS!